Realizada em 2012, na Penitenciária de Florianópolis, a exposição “O tempo abre as portas a quem sabe esperar” compreendeu o período que vai de 1930 até 1970, trazendo à tona um tempo em que presos e comunidade tinham uma convivência muito próxima, evidenciada por intermédio de imagens de eventos e torneios que marcaram a Semana de Sentenciado, proibida em 1986, após uma rebelião. Entrar nesse espaço marginalizado, fazer dele um campo de estágio para historiadores em formação, criar uma exposição que trata de outro tempo, em que outras relações eram possíveis, incita a reflexão a respeito dos novos usos do passado. Pode esse passado mediado pelas técnicas pedagógicas e performativas da história reverberar no social, contribuindo como estratégia humanizadora? Até que ponto a administração desse passado pode provocar a reflexão e despertar a consciência crítica sobre os rumos do sistema penal? Foram algumas das questões perscrutadas por essa ação.