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Projetos

FAPESC

As prisões são patrimônio? Práticas asilares, políticas de memória e processos de patrimonialização, diálogos entre Brasil e Portugal (1960 – ao tempo presente)

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)

O projeto recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) (Edital de Chamada Pública Fapesc n.º 12/2020 – Programa de Pesquisa Universal) e visa aprofundar a pesquisa a respeito dos usos do passado prisional no Brasil e Portugal, cotejando as práticas asilares e sua relação com as políticas de memória e os processos de patrimonialização. Ainda, contribui-se diretamente para a visibilidade e preservação desses lugares no espaço público, dialogando com possibilidades de valorização patrimonial, propondo publicações que os coloquem em evidência para além do campo acadêmico, estimulando a discussão pública a respeito do patrimônio carcerário. Pretende-se contribuir para o adensamento de discussões historiográficas no âmbito da história do tempo presente por meio de reflexões de caráter histórico e historiográfico analisando fontes históricas em variados suportes, tanto as relacionadas às politicas públicas oficiais que estão ligadas aos processos de preservação de edificações desativadas ou ainda em funcionamento, como aquelas referentes à criação de instituições de memória como arquivos, museus e memoriais, abrindo-se ainda ao exame mais detido sobre as distintas práticas asilares (ou institucionais) estabelecidas por meio de espaços de memória. A construção deste site recebeu apoio do projeto em tela e constitui parte de seus resultados, mostrando que se trata de uma continuidade. As atividades do projeto de pesquisa em andamento (2021-2023) envolvem acervos existentes no Brasil e em Portugal, acessíveis on-line ou in loco. A pesquisa tem como resultados publicações que podem ser encontradas neste site, destacando-se a realização de dois livros (Pinho e Histórias Marginais), bem como duas exposições (“Pinho” e “Alteridades”).

Colaboradores: Fernando Salla (Núcleo de Estudos da Violência, Universidade de São Paulo), Myrian Sepúlveda dos Santos (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Paulo Peixoto (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra) e Philippe Artières (Institut de Recherche Interdisciplinaire Sur Les Enjeux Sociaux).

CNPq

Histórias marginais: experiências institucionais de confinamento

Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

O projeto recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Chamada CNPq/MCTI/FNDCT n.º 18/2021 – Faixa B – Grupos Consolidados). Com base nos escritos de presos (cartas, bilhetes, anotações etc.) apreendidos nos prontuários de sentenciados que passaram pela Penitenciária de Florianópolis entre os anos de 1930 e 80, objetiva-se tomar como objeto de estudo a experiência prisional, problematizando a instituição de dentro para fora. Desde o dossiê Rivière (Foucault, 2013), os historiadores têm trazido à tona arquivos limítrofes que permitem vislumbrar memórias de criminosos com base na vasta documentação produzida nas formidáveis oficinas em que se transformavam os estabelecimentos penitenciários, responsáveis por compor grandes arquivos da infâmia (Arière, 2008). São trajetórias que passaram pela experiência de prisão, e desse encontro com a instituição resultou a sistematização de registros, escritos tecidos e recolhidos durante o período de confinamento, armazenados nos dossiês da vida no cárcere: os prontuários. Essas fontes permitem vislumbrar a agência dos presos, suas experiências atravessadas pela trajetória institucional, entendendo que eles não são indivíduos que têm a experiência, mas sim sujeitos constituídos dessa experiência. Se o objeto de análise é a experiência prisional, torna-se imperativo investigar a emergência dos detentos nas dinâmicas intramuros, por meio dos registros anexados aos prontuários. Os fragmentos de trajetórias confinadas serão entendidos como entradas possíveis para promover a discussão pública sobre a questão das penitenciárias brasileiras, especialmente a catarinense, situando esta em um debate internacional mais amplo. Alguns dos resultados estão no site, como artigos acadêmicos em revistas nacionais e internacionais de altos estratos, o trabalho de apoio à salvaguarda do acervo institucional de prontuários de presos salvaguardado pelo IDCH/Udesc e a criação de podcasts.

 

Colaboradores: Carolina de Wit (Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc), Janice Gonçalves (Udesc), Diego Nunes (Universidade Federal de Santa Catarina), Myrian Sepúlveda dos Santos (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Paulo Peixoto (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), Vicente Concílio (Udesc) e Philippe Artières (Institut de Recherche Interdisciplinaire Sur Les Enjeux Sociaux).